Meus amigos especiais

sábado, 28 de abril de 2012



A literatura de cordel é típica da região nordestina e representa a comunicação popular de massa, impressa, para as populações sofridas, mas alegres, do Nordeste.
Constitui-se folhetos de cordel, encontrados nas feiras, praças e mercados de grandes capitais - Salvador, João Pessoa, Recife, Natal, Fortaleza, Teresina, Caruaru, Ilhéus, Juazeiro, Canindé, xilogravuras populares e ABC’s, pelejas dos cantadores e improvisadores, capazes de reunir e encantar o povo em lugares públicos.
Os folhetos são feitos de papel de jornal e impressos em gráficas antigas, utilizando capas com desenhos rudes e espontâneos, clichês de filmes e/ou xilogravuras feitas a buril, estilete ou canivete, algumas delas verdadeiras obras primas da gravura brasileira.
Em versos de 10 ou 12 sílabas, em rica variação de versos, a poética de cada folheto conta fatos do cotidiano, estórias de bichos, casos pitorescos, de amor, de Lampeão, do Padre Cícero, do Conselheiro, de figuras públicas, acontecimentos dos jornais, rádio e Tvs, enfim, toda a gama, alegre e mística, do rico universo do nordestino. Os próprios poetas populares classificam a literatura de cordel em cinco temas mais frequentes: romance, valentia (história de um valentão, que sempre acaba mal), gracejo (uma história engraçada), desafio e encantamento (histórias de reinos encantados, com fadas e bruxas). Geralmente, o próprio poeta popular é o editor e vendedor de suas historinhas, que são penduradas num cordão, enquanto o autor, acompanhado de viola, canta trechos de seus poemas.
Em sua inteireza e espontaneidade representam a alma do povo e sua carga telúrica, advinda também, muitas vezes, da tradição medieval dos trovadores populares; chegaram até o Nordeste pelos conquistadores da Espanha e de Portugal no fim do século passado,e, até hoje, permanecem vivos na imaginária popular.
Em 1952, foi fundada a Editora Prelúdio e começou a industrialização da literatura de cordel. José Pinto de Souza, um dos proprietários da Prelúdio, diz que desde 1910 já editava, em São Paulo, folhetos de historinhas de autores portugueses. A história de "Zézinho e Mariquinha" (original português) foi uma das primeiras que José publicou, com muito sucesso. A partir de 1930, ele passou a publicar poemas nordestinos.
As tiragens dos folhetos variam. Afirma-se que o "Peleja entre Cego Aderaldo e Zé Pretinho do Tucum", somando suas várias edições, alcançou 500 mil exemplares. Orígenes Lessa diz que "até analfabeto lê folhetos", porque aprende de cor as estórias nos forrós e cantorias.
Biblioteca Virtual do Estudante



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