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terça-feira, 29 de novembro de 2011

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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

NÓIS MUDEMO


 Acho que todo educador conhece este maravilhoso texto, mas vale a pena postar, pois sempre será útil para reflexões.
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"NÓIS MUDEMO"

O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Belém-Brasília rumo a Porto Nacional. Era abril, mês das derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme pra namorado nenhum botar defeito. Sob 0 luar generoso, 0 cerrado verdejante era um presépio, todo poesia e misticismo.
Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocemente envelhecido, a crua recordação de um episódio que parecia tao banal ... Tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era para mim que 0 pano de fundo de um drama estúpido e trágico.

As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêneas, retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz.
- Por que você faltou esses dias todos?
-É que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda.
Risadinhas da turma.
- Não se diz nóis mudemo", menino! A gente deve dizer: "nós mudamos, tá?
- Tá, fessora!
No recreio, as chacotas dos colegas: "Oi, nóis mudemo!" "Até amanhã, nóis mudemo!" No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações.

-Pai, não vô mais pra escola!
- Oxente! Modi quê? Ouvida a história, 0 pai coçou a cabeça e disse:
- Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa! Não liga pras gozações da meninada! Logo eles esquece.
Não esqueceram.
Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Ai me dei conta de que eu nem sabia 0 nome dele. Procurei no diário de classe e soube que se chamava Lucio -Lucio Rodrigues Barbosa. Achei 0 endereço. Longe, um dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. 0 rapazola tinha partido no dia anterior para a casa de um tio, no sul do Pará.

- É, professora, meu fio não aguentou as gozações da meninada. Eu tentei fazê ele continua, mas não teve jeito. Ele tava chateado demais. Bosta de vida! Eu devia di té ficado na fazenda côa famia. Na cidade nóis nao tem veis. Nóis fala tudo errado.
Inexperiente, confusa, sem saber 0 que dizer, engoli em seco e me despedi.
O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos de minha parte.
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar 0 ônibus, quando alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com aparência doentia.

- O que é, moço?
- A senhora nao se lernbra de mim, fessora?
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de
sacerdócio, digo, de magistério. Tudo escuro.
- Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde? Foi meu aluno? Como se chama?
Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:
- Eu sou "Nóis mudemo", lembra?
Comecei a tremer.
- Sim, moço . Agora lembro. Como era mesmo seu nome?
- Lucio -Lucio Rodrigues Barbosa.
- O que aconteceu com você?

- O que aconteceu? Ah! fessora! É mais fácil dizê 0 que não aconteceu. Comi 0 pão que 0 diabo amasso. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui bóia-fria, um "gato" me arrecadou e levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. Lá trabaiei como escravo, passei fome, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo quanta e doença. Até na cadeia já fui pará. Nóis ignorante às veis fais coisa sem querê fazé. A escola fais uma farta danada. Eu não devia de té saído daquele jeito, fessora, mas não aguentei as gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui fala direito. Ainda hoje não sei.
- Meu Deus!
Aquela revelação me virou pelo avesso. Foi demais para mim. Descontrolada, comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e má? E abracei 0 rapaz, 0 que restava do rapaz, que me olhava atarantado.
O ônibus buzinou com insistência. O rapaz afastou-me de mim suavemente.
- Chora não, fessora! A senhora não tem curpa.
- Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu!

Entrei no ônibus apinhado. Cem olhos eram cem f1echas vingadoras apontadas
para mim. O ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. Eu era uma assassina a caminho da guilhotina.
Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, ele muda, nós mudamos, mudamos, mudaamoos, mudaaamooos... Superusada, mal usada, abusada, ela e uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna -a língua que a criança aprendeu com seus pais, irmãos e colegas -e se toma 0 terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.

E os Lucios da vida, os milhares de Lucios da periferia e do interior, barrados nas salas de aula: "Não e assim que se diz, menino!" Como se 0 professor quisesse dizer: "Você está errado! Os seus pais estão errados! Seus irmãos e amigos e vizinhos estão errados! A certa sou eu! Imite-me! Copie-me! Fale como eu! Você não seja você! Renegue suas raizes! Diminua-se! Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra! E siga desarmado pelo matadouro da vida..." (Fidencio Saga)


 

Seminário de Educação Profissional e Ensino Médio

O Ministério da Educação realizou nos dias 11 e 12 de novembro na Capital Federal, Brasília, o Seminário de Educação Profissional e Ensino Médio, com o objetivo de debater sobre a ampliação da oferta de ensino técnico concomitante, modalidade em que o aluno cursa o ensino regular em um turno e a formação profissional em outro. Eu estive lá e amei. Espero que as metas sejam cumpridas e os alunos da Escola Pública sejam beneficiados.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Frases Biblicas


Eu creio...

"Mas os que esperam no senhor, renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão." (Isaías 40:31) 

"Isto é que vos peço, que vosso amor cresça cada vez mais." (Felipenses 1,9) 

"O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da Terra." (Salmo 124:8) 

A melhor maneira de esquecer teus problemas é ajudar alguém a resolver os seus."  -  Filipenses 2:4



 Pois tu, Senhor, abençoas o justo e, como escudo, o cercas da tua benevolência. (Salmos, 5:12 )


 Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. (Isaías, 43:1)



 Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente. (Isaias 40:11)


Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos; serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada. (Salmos, 37:28 )

 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quadra - Fernando Pessoa

Quadra
 
Dona Rosa, Dona Rosa
Quando inda eras botão
Disseram-te alguma cousa
De flor não ter coração?
 
Fernando Pessoa

Para Refletir... Rubem Alves




"Somos donos de nossos atos,
Mas não somos donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
Mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
Não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
Sentimentos são pássaros em vôo".
(Rubem Alves)